24 novembro 2009

Notícia publicada na página da Adital

19.11.09 - AMÉRICA LATINA E CARIBE


Cepal: 9 milhões de pessoas ficarão em situação de pobreza em 2009



Adital - América Latina encerrará o ano de 2009 com 9 milhões de pessoas a mais em situação de pobreza devido à crise financeira mundial que atinge a região. Esse valor representa um incremento de 1,1% do total de latino-americanos que, em 2008, já se encontravam nessa condição socioeconômica. A previsão é do estudo divulgado hoje (19) pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), órgão das Nações Unidas.

O estudo ‘Panorama social de América Latina 2009’ aponta também que o número de indigentes poderá aumentar em 0,8%, se comparado ao ano passado. Com este crescimento as pessoas em situação de indigência passariam de 71 milhões para 76 milhões, cifra que representa 13,7% da população.

Os dados da Cepal mostram que a tendência de redução da pobreza, fenômeno registrado na América latina, sofreu mudanças. Os nove milhões de pessoas representam um quarto dos 41 milhões que haviam superado a pobreza entre os anos de 2002 e 2008 devido ao maior crescimento econômico, a expansão do gasto social e a melhor distribuição de renda.

Com estas projeções para 2009, o cumprimento do primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milênio, a erradicação da pobreza extrema e da fome até 2015, será atrasado.

Segundo o estudo, alguns países poderão sofrer incrementos ainda maiores que a média em seus níveis de pobreza e indigência. No caso do México isso poderá acontecer devido à redução do Produto Interno Bruto (PIB) e à deterioração da situação de emprego e salários.

Ainda que seja preocupante, a atual crise deverá ter um impacto inferior sobre a situação da pobreza região se comparado a situações anteriores como a "crise mexicana" de 1995, a "crise asiática" de 1998 a 2000 e as crises "ponto.com" e argentina de 2001 e 2002. Até agora, a região conseguiu manter o poder aquisitivo das remunerações e baixas taxas de inflação.

Entre 2002 e 2008 foi verificada uma significativa redução da desigualdade na distribuição do rendimento na região. Neste período, sete dos 18 países analisados apresentaram redução da desigualdade, enquanto apenas três indicaram aumento. Para conseguir estes resultados, os governos realizaram importantes esforços para aumentar o gasto social. Entre 1990 e 2007 o gasto público social por habitante passou de 43% a 60% do gasto público total médio da América Latina.

Para conter o aumento da pobreza e tentar manter o bom ritmo de crescimento registrado até o ano passado o estudo da Cepal recomenda uma reforma nos sistemas de proteção social e a adoção de medidas que combinem o urgente com uma visão estratégica de longo prazo. Entre elas: evitar a irresponsabilidade fiscal, aumentar a carga tributária em forma progressiva e redistribuir o gasto social, não tornar rígidos os mercados trabalhistas e ampliar a cobertura das prestações sociais.

O estudo ‘Panorama social de América Latina 2009’ recomenda também que os programas públicos de transferências assistenciais, entre eles os de transferências condicionadas (PTC), sejam fortalecidos. Os PTC operam hoje em 17 países da região e atingem mais de 100 milhões de pessoas, o que representa mais de 50% da população de América Latina em situação de pobreza.




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