21 maio 2011

Ato contra a corrupção em Campinas

ATO CONTRA A CORRUPÇÃO E PELO IMPEACHMENT DO PREFEITO DE CAMPINAS DR. HÉLIO

Dia 23 de maio, às 18:00, Câmara de Vereadores de Campinas.

Rua Roberto Mange, nº. 66, bairro Ponte Preta.

Conto com sua presença e divulgação.

Rafael Moya

“Isto vai para os loucos,
os não adaptados,
os rebeldes,
os problemáticos
Os que vão contra a corrente,
aqueles que vêem as coisas diferentes,
não seguem as regras,
e não respeitam o estabelecido.
Pode citá-los
estar em desacordo,
lhes glorificar,
ou lhes satanizar.
Porém, a única coisa que não poderá fazer
é ignorá-los.
Porque eles mudam as coisas
Impulsionam a humanidade para frente
e ainda que alguns possam vê-los como loucos
nós vemos gênios.
Porque os que estão tão loucos para pensarem que podem mudar o mundo
são os que conseguem.
Não os olhem,
Juntem-se à eles!”

20 maio 2011

CORRUPÇÃO EM CAMPINAS

CONTRA A CORRUPÇÃO. TEMOS VERGONHA NA CARA E EXIGIMOS PUNIÇÃO E A DEVOLUÇÃO DO DINHEIRO ROUBADO!QUEREMOS JUSTIÇA!
MARCELA MOREIRA – ex-vereadora do PSOL
Sinto-me com a alma lavada. Será que a justiça será feita neste país? Será que ela chegou à Campinas?
Faz sete anos que denunciei a corrupção em Campinas, enquanto quase todos bajulavam essa prefeitura, seja para fazer parte da farra, seja para pegar as migalhas que caiam do banquete farto do desvio do dinheiro público. Eu não, estava lá, denuciando, nadando contra a corrente, protocolando denúncia junto ao MP, fazendo ato na frente da prefeitura, com poucos. Alguns me viam e diziam “deixa disso, não vai dar em nada”.  É, deu, a casa caiu e, hoje, tenho uma das melhores notícias de minha vida: a Corregedoria da Polícia Civil e promotores públicos estaduais cercaram a prefeitura e querem prender integrantes de maior calibre e da mais alta esfera da “quadrilha” que tomou conta da prefeitura municipal de Campinas. É importante ressaltar que isso só foi possível devido à conivência de boa parte da Câmara Municipal que não cumpriu seu papel constitucional de fiscalizar para onde ia nosso dinheiro.
Faz sete anos que denuncio a venda da nossa cidade, escândalos no governo, venalidades da gestão fraudulenta, os desmandos, a apropriação privada do dinheiro público para interesses privados e o enriquecimento ilícito dessa “quadrilha”. Agora muitos vão se levantar para dizer que não faziam parte do “trato”, da corrupção passiva/ativa, nem que se beneficiaram com as migalhas de desvio de dinheiro público. Fiquemos atentos, pois quem faz parte dessa administração é conivente com o roubo, que, além de ilegal, é imoral,  é um pecado e não é menos culpado quem é cúmplice no silêncio permissivo. O ditado popular bem diz que “quem cala, consente” – vamos lembrar quem são: PDT – PT – PMDB – DEM – PTB – PP – PPS – PR – PC do B – PSC – PMN – PRP - PV. O problema não está somente nos ladrões que roubam, mas também naqueles que dissimularam e consentiram com os roubos quando estes eram praticados, ou somente - e isso basta - por serem sabedores desses delitos depois de feitos e não terem denunciado. Lembre-se que não é apenas uma sopa de letrinhas, anotem essas siglas num papel bem grande e colem na geladeira, memorizem esses partidos que há muito nos roubam “na cara dura” e na próxima eleição vão aparecer nas nossas casas, em nossos trabalhos, em nossas escolas, faculdades, para pedir “nossa confiança. Pior, vão aparecer com campanhas caras, lindas, pagando cabo eleitoral, fazendo festas, churrascos, oferecendo cargos comissionados. E como pagam tudo isso? Certamente, com nosso dinheiro, nossos impostos, que deveriam ser destinados para garantir aumento de salário para os servidores públicos municipais, para abrir creche em período integral, garantir escola bem equipada, médico e toda a equipe de saúde da família no centro de saúde, cultura, arte, esporte, assistência social, transporte efetivamente público e de qualidade. Enfim, que vivêssemos com dignidade. Não estamos pedindo esmola, estamos reivindicando o que nos é de direito. O dinheiro vai para os cofres da prefeitura e agora ficou transparente para quais “cuecas” estavam indo. E a polícia ainda não chegou ao chefe da quadrilha, ainda falta pegar o Dr. Hélio. Achava-se “senhor de tudo”, ledo engano.
Se Toninho estivesse vivo estaria comemorando. Foi assassinado há quase 10 anos porque lutou para que nossa cidade fosse do povo e não dos “grandes”. Foi da época em que o PT significava partido dos trabalhadores e não o partido dos traidores e que há muito se lambuza na sujeira e não tem mais um mártir em suas fileiras, mas sim um foragido. Com todo respeito que tenho aos companheiros honestos e lutadores que permanecem no PT, não dá mais para alimentar ilusões. Repito, há cumplicidade no silêncio permissivo. Se eu estivesse no PT, teria mandato. Saí porque não me calei nem concordei com mensalões, nem que o PT se tornasse submisso, subserviente e participasse da quadrilha do governo do Dr. Hélio. Perdi o mandato, mas não minha dignidade, minha honra. Dormi e durmo tranqüila porque escolhi o POVO. E mais uma vez venho às ruas porque é aí que construímos a História.
Contato: bastadecorrupcaoemcampinas@gmail.com

13 maio 2011

Sintoma do urbanismo brasileiro

Excelente artigo sobre o dano que a elite brasileira causa ao país.

Rafael Moya

Por Walter Hupsel . 12.05.11 - 16h01

Pobre São Paulo, Pobre Brasil!

“Elite”, ah a elite. Palavra deturpada no Brasil, pejorativa, carregada de sentido negativo. E há um grande culpado nesta história: ela própria, a nossa elite tacanha, umbigada, que luta pela manutenção dos seus enormes privilégios. E mais um exemplo desta mentalidade tacanha foi-nos ofertado quando a Associação de Moradores de Higienópolis, bairro charmoso de São Paulo, fez um abaixoassinado para evitar que uma estação de metrô fosse construída nas imediações da Avenida Angélica.
Não se sabe se foi este abaixoassinado que fez com que o Governo do Estado mudasse os planos, ou se foi o caráter “técnico” alegado, mas o fato é que 3.500 habitantes de Higienópolis se recusaram a aceitar o metrô alegando que traria “gente diferenciada”, leia-se, pessoas em trânsito, pobres, ou pelo menos não tão ricos.
Há, no mínimo, três aspectos a considerar: um, é óbvio, o preconceito. O outro, como consequência, o insulamento da nossa elite, e também derivado, a idéia privatista de sociedade.
A expressão usada por uma psicóloga, “gente diferenciada”, já denota o caráter preconceituoso e demofóbico da recusa. A nossa elite não quer ver o outro, o diferente, exceto serviçais cônscios do seu lugar, o elevador de serviço e de cabeça baixa.
No mesmo bairro, o mesmo protesto anos atrás por conta da construção de um shopping. Ia trazer esta gente estranha, diferente. Hoje adoram o shopping e a falta de “lojas populares” foi um dos argumentos para esta mudança de avaliação.
Velha tática da avestruz. Se o que vejo não me agrada, enfio minha cabeça num buraco para que não o enxergue mais. Blindo meu carro, construo muros físicos e simbólicos e frequento lugares que os outros não podem. (Já escrevi sobre isso, “Ilha cercada de Realidade“, quando a os bárbaros insistem em desmascarar a vida murada).
Isolada, sem projeto de nação exceto a manutenção da segregação e dos próprios privilégios, a nossa elite que já foi dirigente hoje se encastela na sua vidinha e tenta, a todo custo, impedir outros de se aproximarem. Estes 3.500 signatários são os mesmos que aplaudem a bravata do ex-comentarista da RBS, Luiz Carlos Prates e o mimimi de Luiz Pondé, ao escancarar as portas do preconceito da nova classe média que tem agora acesso ao bem mais intangível que separava as classes: o avião. Uma papo em nada diferente eu mesmo ouvi num vôo da Avianca.
Estes se acham no direito de tentar evitar que outras pessoas, diferentes, cheguem ao bairro charmoso. Pensam na sua bela Higienópolis como uma cidadela a ser defendida, contra São Paulo.
Em nenhum mísero instante passou na cabeça deles a malha de transportes públicos, o impacto de um metrô, não só pros seus usuários mas também pra tirar carros das ruas, tirar gente dos ônibus superlotados, e prover um mínimo de conforto. Um bem público, enfim.
Não lembram eles que o metrô é para a cidade, para quem precisa se deslocar por ela, mesmo que seja para vestir um uniforme e assumir a portaria do seu belo e suntuoso prédio.
Como disse brilhantemente o Paulo Moreira Leite,  “Eu acho que a degradação de um bairro — de uma cidade, de um país — começa quando aqueles que têm muito são incapazes de compreender as necessidades de quem tem muito menos”. O exemplo do metrô nos joga na cara o quanto somos degradados, o quanto esta elite se perdeu em algum lugar, entre a nação e seu próprio umbigo.

08 maio 2011

O jogo de gato e rato do Paquistão

Publicado originalmente no blog da Secretaria de Relações Internacionais do PSOL.

http://www.internacionalpsol.wordpress.com/

Rafael Moya


O show de horrores continua


06/05/2011
Por Farooq Sulehria, Labour Pakistan Party (LPP)


O segundo melhor amigo do governo militar do Paquistão.

O midiático assassinato da liderança máxima da al-Qaeda, Osama Bin Laden, na casa blindada e bem armada no cênico vale de Abbottabad é incrível, em vários sentidos. Fora do Paquistão, é difícil acreditar que Bin Laden estava sendo caçado dentro de um país aliado dos EUA na “guerra contra o terror”, mesmo que o General Musharraf
 oferecesse certas pistas.                                             

Na contracapa de seu célebre livro Na Linha de Fogo (In The Line Of Fire), escrito em 2006, está escrito: “Logo depois do 11/9 – quando muitos líderes da al-Qaeda fugiram do Afeganistão e cruzaram a fronteira do Paquistão – nós praticamos múltiplos jogos de gato-e-rato com eles. O maior deles. Osama Bin Laden, ainda está à solta no momento em que escrevo, mas nós pegamos muitos muitos outros. Capturamos 672 e entregamos 369 aos Estados Unidos. Nós ganhamos milhões de dólares em prêmios. Aqui, contamos a história de somente algumas das mais significativas caças”.

Ele era o comandante militar, ‘presidente’ do país e arquiteto da política ‘gato e rato’ implementada no Paquistão durante o período em que Osama escapou de Tora Bora e acabou no palácio blindado que nós incessantemente vemos pela TV ao redor do mundo. O jogo de ‘gato e rato’ está exposto, deixando o Paquistão tremendamente embaraçado. No dia 3 de maio, o ISI (Inter-Services Intelligence) contou à BBC que não sabia sobre a presença de Bin Laden e seu dito complexo armado. Essa é uma mentira que até o ex-chefe do ISI, um apoiador leal da al-Qaeda, General Hameed Gul, não estão dispostos a comprar. Em uma entrevista gravada, Gul disse: Bin Laden em Abbottabad sem nenhum conhecimento das autoridades “é um pouco fantástico”. Sobre dos militares, Gul afirma que “há a polícia local, o Centro de Inteligência, a Inteligência Militar, o ISI – todos eles marcam presença por aqui”.

Para desmanchar a política de ‘gato e rato’, é preciso informar aos estrangeiros algumas coisas. O ISI, ou Serviços Integrados de Inteligência (Inter Services Intelligence), é a agência de espionagem mais poderosa do país, que controla – por trás da cena – a política externa, a política interna e a mídia, enquanto o exército é a instituição mais poderosa do Paquistão em termos económicos e políticos. Desde nossa independência da Inglaterra em 1947, o exército governou o país por 33 anos. Ele detém 2 dúzias de propriedades e negócios: de bancos à fábrica de cimento, o exército paquistanês é o maior acionista em todos os setores industriais e financeiros do país. Um terço do orçamento federal é reservado à Defesa.

Desde o início dos conflitos no Afeganistão em 1979, o ISI cumpriu um papel chave. Os estrategistas militares consideram o Afeganistão como um jardim que deve ser abastecido no caso de qualquer agressão provável por parte da Índia, o que chama de profundidade estratégica. Além disso, os estrategistas militares querem controlar o Afeganistão para ganhar influência entre os Estados da Ásia Central, abençoados com imensas reservas de gás. Diante disso, as redes Taliban e al-Qaeda foi protegida e padronizada pelo ISI desde o 11/9. A estratégia é esperar os EUA sair. Como com as tropas soviéticas nos anos 1980, ISI espera que as tropas americanas voltaram para casa se o Taliban continuar lhes sangrando. Sendo assim, o exército está recentemente articulado ao jogo de lebre e caçador contra al-Qaeda/Taliban, cumprindo papel de cão de caça dos EUA. Entraram no jogo para garantir a ajuda de US$ 11 bilhões (desde de 2002) e ao mesmo tempo está junto com a lebre barbuda assegurando a tal ‘profundidade estratégica’. Porém, passado um tempo,Washington descobriu a realidade do jogo de ‘gato e rato’.

Desse modo, começou a deteriorar o santuário do Taliban no Paquistão (Waziristan) em 2004 e invadiu o famoso (e infame) casarão de Abbottabad em 1 de maio, sem nenhuma informação prévia do Paquistão. De qualquer forma, quando Obama mencionou a cooperação do Paquistão na caça a Osama, foi um ato de sutil diplomacia. Sem apoio logístico do Paquistão, Washington sabe, as tropas da OTAN estariam famintas no Afeganistão. Sendo assim, para assegurar as linhas de suprimentos, Washington continuará caçando, com a relutância do ISI. O ISI, tendo sido demasiadamente exposto, planejou uma nova estratégia. Por um tempo, irá caçar com mais seriedade com os cães enquanto se junta mais discretamente com as lebres. Tampouco pode desistir. O exército do Paquistão, desde 1950, foi treinado e armado pelos EUA. Um embargo do exército americano apenas executar o ineficáz exército paquistanês, como também irá custar os benefícios e o extravagante estilo de vida dos generais. Khakis tampouco pode desistir da camaradagem barbada. ‘Empreendimentos estratégicos’ – as Taliban/al-Qaeda e seus parceiros paquistaneses são chamados na mídia do país – não são somente um imperativo para a ‘profundidade estratégica’. O conflito com a Índia precisa manter-se aceso. Toda a fachada militar no Paquistão é construída sobre a ameaça imaginária de uma agressão da Índia. Sendo assim, com ou sem Osama, sempre que os EUA estiverem no Afeganistão e enquanto os militares continuarem dando ordens no Paquistão, o conflito afegão seguirá incessante. É uma situação sem vencedores.


Farooq Sulehria, de Londres.