23 outubro 2010

Minha opinião sobre o 2º turno


Tenho refletido muito sobre o segundo turno das eleições presidenciais. Nos restou um candidato e uma candidata que pouco têm de diferenças políticas. Qualquer um que vença, seguirá a implementação de uma política econômica que, apesar de aparentemente vitoriosa, sangra nosso país por meio de bilhões de pagamento à banqueiros, degrada à passos largos nossos recursos naturais e nossa qualidade de vida, aumenta a desigualdade social e concentra renda na mão de poucos. O Brasil continuará a ser campeão de desigualdade social. Discutimos “trens balas”, mas nosso povo ainda morre de doenças do século dezenove.

Porém seria simplista de minha parte dizer que os dois candidatos representam, em sua totalidade, exatamente o mesmo projeto. Ao olharmos rapidamente notaremos que a candidatura de Dilma congrega em torno de si o que há de mais corrupto e atrasado neste país, Sarney, Maluf, Jader Barbalho, Renan Calheiros, tendo seu ápice com seu vice Michel Temer, notório mafioso deste país. Porém não nos enganemos, em caso de vitória de Serra estes setores imediatamente irão para o barco do PSDB, pois assim estavam no governo de FHC.

Muitas pessoas têm me dito que temem que o governo Dilma restrinja liberdades individuais, a liberdade de imprensa etc. De fato este é um risco, mas de ambas as candidaturas. Como dizer que vivemos em um regime de liberdade de imprensa onde apenas algumas famílias detêm a esmagadora maioria dos meios de comunicação? As concessões públicas de rádio e TV estão nas mãos de oligarquias. Isso não mudou com Lula nem com FHC. A repressão às rádios comunitárias por exemplo, seguiram com Lula, com o aplauso entusiasta da grande imprensa. Temos chegado ao cúmulo de que os canais de rádio e TV decidem quais candidatos eles querem que apareça em seus programas! Os meios de comunicação, ditos defensores da democracia, mas que apoiaram a ditadura “militar”, não hesitam em jogar para baixo do tapete grandes esquemas de corrupção, a violência sistemática do Estado brasileiro entre outras mazelas antidemocráticas. Estes órgãos de comunicação claramente optaram pela candidatura de Serra.

Todas as críticas que faço ao governo Lula sem dúvida permanecerão e se aprofundaram no governo Dilma. Mas um eventual governo Serra será ainda pior. Alguns pequenos, muito pequenos avanços do governo Lula seja com uma maior integração com os países do hemisfério sul e latino-americanos, uma menor criminalização dos movimentos sociais, algumas pequenas movimentações pelo apoio à Economia Solidária, um ritmo menor e menos agressivo de privatizações, entre outros pequenos avanços, me levam a votar em Dilma.

Serra e o PSDB, em 16 anos governando o Estado de São Paulo, promoveram um verdadeiro desmonte do Estado. O Estado mais rico da federação hoje conta com a pior educação básica do país. A segurança pública foi achincalhada. O salário dos policiais e dos professores são os piores do país. A proliferação absurda de pedágios com seus preços extorsivos demonstram o jeito tucano de governar.

Assim, sem grande entusiamo e ilusão, votarei em Dilma. Creio que nós do PSOL não podemos nos isentar desta decisão. Acho legítima a opinião daquelas pessoas que optarão por anular seu voto. Porém creio que ao anularmos o voto estaremos dizendo que as duas candidaturas representam exatamente a mesma coisa e, creio que não. A candidatura de Dilma não representa avanços, mas a de Serra representa retrocessos.

Devemos construir uma alternativa de poder no Brasil, que se preocupe com a justiça social, com uma cultura de paz, com um desenvolvimento social e ambientalmente sustentável, livre da corrupção, com uma nação justa e solidária. O Brasil tem todas as condições para ser este país que tanto sonhamos. Em 2006 amplos setores da sociedade brasileira demonstraram esse desejo através da candidatura de Heloísa Helena. Em 2010 mais uma vez isto ficou evidente com a candidatura de Plínio de Arruda Sampaio e de Marina Silva. Os 20% dos votos que Marina Silva conquistou não se sustentará se não discutirmos uma verdadeira alternativa, pois o PV não o é, uma vez que não passa de um partido pseudo verde que não hesita em se aliar à governos de ocasião. O PSOL deve se credenciar para ser esse pólo aglutinador dos que sonham com essa nova sociedade.

Dia 31 de outubro votarei em Dilma e continuarei lutando contra o governo eleito, seja ele do PT, seja ele do PSDB. Seguirei debatendo e construindo esse país que eu, e milhões, sonhamos.

Rafael Moya

Políticas Públicas de Estado para o Teatro

PLENÁRIA PERMANENTE
 
REUNIÃO AMPLIADA PRA TODA CATEGORIA ARTÍSTICA

MUDANÇAS NAS LEIS DO FOMENTO, NO VAI E EM TODOS OS EDITAIS E PROGRAMAS DA SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA DA CIDADE DE SÃO PAULO.

A partir de 2005 o Programa de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo tem sofrido inúmeros ataques, levando as trabalhadoras e os trabalhadores de teatro a uma série de mobilizações e embates muito desgastantes.
Infelizmente temos que iniciar mais uma luta para defender a Lei do Fomento (Teatro e dança) de nova investida por parte da Prefeitura. O Decreto Municipal n° 51.300 de 22 de fevereiro de 2010 cria um aparato burocrático capaz de engessar e, mesmo, inviabilizar a atividade dos grupos, tanto que sabiamente exclui das exigências deste Decreto as Organizações Sociais e outras contratações na área das artes, como aquelas relacionadas à Virada Cultural.
Com o decreto vem o velho discurso de que somos contra a prestação de contas.
Talvez tenhamos que colocar na porta da galeria Olido um enorme luminoso: "NÃO SOMOS CONTRA A PRESTAÇÃO DE CONTAS". Somos contra as investidas burocráticas que visam paralisar um dos mais democráticos programas de política cultural do país. Assim, uma vez mais nos reuniremos para tratar de um assunto desagradável.

Todos os que são capazes de fazer um gesto contra esta agressão da Secretaria de Cultura e da Prefeitura de São Paulo estão convidados a comparecer nesta 2ª feira, dia 25 de outubro às 19h30 no Teatro Coletivo.

Por favor, ajudem na divulgação.

DIA 25/10 (Segunda-feira) às 19h30 no Teatro Coletivo
Local: Rua: Da Consolação, 1.623.
Informações: (11) 3255-5922 / 8121-0870.  

PAUTA:

1 – Discussão e construção de propostas para a luta em prol do Fomento.

É muito importante que venham representantes de todos os grupos e estudantes de artes cênicas em geral.

Acessem:
- Blog da Roda do Fomento:

- Blog do Movimento 27 de março:

- Blog do Movimento de Teatro de Rua:

- Site da Cooperativa Paulista de Teatro:

15 outubro 2010

POSIÇÃO DO PSOL SOBRE O SEGUNDO TURNO

POSIÇÃO DO PSOL SOBRE O SEGUNDO TURNO - ELEIÇÕES 2010
 
O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) mereceu a confiança de mais de um milhão de brasileiros que votaram nas eleições de 2010. Nossa aguerrida militância foi decisiva ao defender nossas propostas para o país e sobre ela assentou-se um vitorioso resultado.
Nos sentimos honrados por termos tido Plínio de Arruda Sampaio e Hamilton Assis como candidatos à presidência da República e a vice, que de forma digna foram porta vozes de nosso projeto de transformações sociais para o Brasil. Comemoramos a eleição de três deputados federais (Ivan Valente/SP, Chico Alencar/RJ e Jean Wyllys/RJ), quatro deputados estaduais (Marcelo Freixo/RJ, Janira Rocha/RJ, Carlos Giannazi/SP e Edmilson Rodrigues/PA) e dois senadores (Randolfe Rodrigues/AP e Marinor Brito/PA). Lamentamos a não eleição de Heloísa Helena para o senado em Alagoas e a não reeleição de nossa deputada federal Luciana Genro no Rio Grande do Sul, bem como, do companheiro Raul Marcelo, atual deputado estadual do PSOL.
Em 2010 quis o povo novamente um segundo turno entre PSDB e PT. Nossa posição de independência não apoiando nenhuma das duas candidaturas está fundamentada no fato de que não há por parte destas nenhum compromisso com pontos programáticos defendidos pelo PSOL. Sendo assim, independente de quem seja o próximo governo, seremos oposição de esquerda e programática, defendendo a seguinte agenda: auditoria da dívida pública, mudança da política econômica, prioridade para saúde e educação, redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, defesa do meio ambiente, defesa dos direitos humanos segundo os pressupostos PNDH3, reforma agrária e urbana ecológica e por ampla reforma política – fim do financiamento privado e em favor do financiamento público exclusivo, como forma de combater a corrupção na política.
No entanto, O PSOL se preocupa com a crescente pauta conservadora introduzida pela aliança PSDB-DEM, querendo reduzir o debate a temas religiosos e falsos moralismos, bloqueando assim os grandes temas de interesse do país. Por outro lado, esta pauta leva a candidatura de Dilma a assumir posição ainda mais conservadora, abrindo mão de pontos progressivos de seu programa de governo e reagindo dentro do campo de idéias conservadoras e não contra ele. Para o PSOL a única forma de combatermos o retrocesso é nos mantermos firmes na defesa de bandeiras que elevem a consciência de nosso povo e o nível do debate político na sociedade brasileira.
As eleições de 2002 ao conferir vitória à Lula trazia nas urnas um recado do povo em favor de mudanças profundas. Hoje é sabido que Lula não o honrou, não cumpriu suas promessas de campanha e governou para os banqueiros, em aliança com oligarquias reacionárias como Sarney, Collor e Renan Calheiros. Mas aquele sentimento popular por mudanças de 2002 era também o de rejeição às políticas neoliberais com suas conseqüentes privatizações, criminalização dos movimentos sociais – que continuou no governo Lula -, revogação de direitos trabalhistas e sociais.
Por isso, o PSOL reafirma seu compromisso com as reivindicações dos movimentos sociais e as necessidades do povo brasileiro. Somos um partido independente e faremos oposição programática a quem quer que vença. Neste segundo turno, mantemos firme a oposição frontal à candidatura Serra, declarando unitariamente “NENHUM VOTO EM SERRA”, por considerarmos que ele representa o retrocesso a uma ofensiva neoliberal, de direita e conservadora no País. Ao mesmo tempo, não aderimos à campanha Dilma, que se recusou sistematicamente ao longo do primeiro turno a assumir os compromissos com as bandeiras defendidas pela candidatura do PSOL e manteve compromissos com os banqueiros e as políticas neoliberais. Diante do voto e na atual conjuntura, duas posições são reconhecidas pela Executiva Nacional de nosso partido como opções legítimas existentes em nossa militância: voto nulo/branco ou voto em Dilma. O mais importante, portanto, é nos prepararmos para as lutas que virão no próximo período para defender os direitos dos trabalhadores e do povo oprimido do nosso País.
Executiva Nacional do PSOL – 15 de outubro de 2010.

06 outubro 2010

SEGUIMOS EM FRENTE

SEGUIMOS EM FRENTE



As eleições duram três meses. A história de nosso país e a epopéia da sociedade brasileira muito mais do que isso. Quando eu, e todas as pessoas que dividem comigo os diversos espaços de luta política, decidimos lançar meu nome para a disputa como Deputado Federal, sabíamos que não seria tarefa fácil. Fato que se confirmou, pois durante a campanha nos deparamos com a desilusão, com a descrença e com a indiferença. Tais sentimentos levam as pessoas ao deboche, ao descaso e ao “voto de protesto”. Enfrentamos um cenário onde a esmagadora maioria da população não sabe qual é a real tarefa de um deputado e muito menos como se elege um. Enfrentamos uma situação onde apenas 29% das pessoas dizem que escolhem um candidato pelos projetos que ele defende, segundo uma pesquisa feita pelo Ibope.

Enfrentamos campanhas milionárias, compra de votos, coação, ataques, não tivemos tempo de TV. Porém foram muitas as pessoas que conheceram nossas idéias, propostas e soluções para o país. Infelizmente, a grande maioria dos eleitores optou pela continuidade. Pela continuidade dos mesmos modelos e dos mesmos políticos.

Nossos votos serviram para demonstrar que, apesar de tudo, ainda existem pessoas que acreditam que é possível vivermos em um país socialmente justo, sustentável e com igualdade de oportunidades e livre da corrupção. Além disso, contribuíram para a eleição do Deputado Federal por São Paulo Ivan Valente, considerado um dos melhores deputados do Brasil, o que por si só já valeria a pena todo nosso esforço. Nossa campanha foi vitoriosa também porque conseguimos eleger o Deputado Estadual Carlos Giannazi que trava diversas lutas em defesa da educação.

No mais, agradeço as diversas mensagens de apoio e incentivo. Não darei nenhum passo atrás. Acredito em nosso país, acredito em nosso povo, apesar de tudo. Sigo de cabeça erguida pois não me envolvi em esquemas corruptos de financiamento de campanha. Todos os nossos recursos vieram da solidariedade das pessoas que acreditam na construção desse Brasil que sonhamos e que, seguimos construindo. Continuarei  estudando e refletindo sobre os problemas de nosso país, lutando contra os pedágios, contra a revisão do código florestal e na defesa do meio ambiente, por mais verbas para a saúde, para a educação e a cultura e coordenando o Instituto Sócio-cultural Voz Ativa.

Por fim, convido a você a cerrar fileiras comigo e com as diversas outras pessoas que acreditam que sim, que podemos vencer. Vem com a gente fazer justiça!


Forte abraço,


Rafael Moya


“O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons.” (Martin Luther King)