Segue interessante debate sobre a proposta da senadora Kátia Abreu - DEM, que prevê o aumento da pena máxima no Brasil de 30 anos para 60 anos. Detalhe: Desde 1994 até 2010 a população brasileira cresceu 21%, enquanto a população carcerária cresceu 321%. Isto não significou diminuição de crimes. Muito pelo contrário, o que observamos foi um aumento substancial da criminalidade.
Sustentabilidade, Desenvolvimento Socioambiental, Política, Direitos Humanos, Justiça. "Voe como uma borboleta, ferroe como uma abelha." (Muhammad Ali)
19 dezembro 2010
14 dezembro 2010
Com a porteira aberta, 3 raposas em menos de 1 semana
Com a porteira aberta, 3 raposas em menos de 1 semana
Do blog de Augusto NunesPrimeiro relator do Orçamento de 2011, o senador Gim Argello deixou o cargo em 7 de dezembro ─ antes que chegasse o camburão. Na edição do dia 5, o Estadão informou que o parlamentar do PTB de Brasília (e conselheiro de Dilma Rousseff) era o autor de emendas forjadas para favorecer entidades fantasmas e ONGs dirigidas por amigos ou agregados. A tunga não ficou por menos de R$ 4,5 milhões.
Numa chorosa carta de despedida, Argello debitou a delinquência na conta de conspirações urdidas por adversários políticos e afastou-se do cenário do crime.
Indicada para substituí-lo, a senadora Ideli Salvatti, do PT de Santa Catarina, não completou 36 horas no cargo. Deixou-o em 9 de dezembro, uma quinta-feira, quando foi escolhida por Dilma Rousseff para servir à pátria no Ministério da Pesca.
O novo emprego serviu-lhe de pretexto para sumir do Congresso antes que alguém chamasse o camburão: três dias mais tarde, o Estadão revelou que, nos orçamentos de 2009, 2010 e 2011, a relatora substituta destinara R$ 1,25 milhão de sua cota de emendas a cinco entidades catarinenses exploradas por companheiros do PT (quatro) e do PRB (uma).
Habitualmente ruidosa, Ideli preferiu sair à francesa. Não escreveu cartas de despedida, não tentou berrar explicações, nem transmitiu formalmente o posto à senadora Serys Slhessarenko, do PT do Mato Grosso.
A euforia da companheira de sobrenome impronunciável, de saída do gabinete que a hospedou por oito anos, prestes a despedir-se do Congresso, quase não coube no twitter: “É isso mesmo, aceitei o desafio da relatoria do orçamento 2011. A primeira mulher a ocupar a vaga. Mais um avanço para nós, mulheres!!!”.
Grávida de contentamento, não viu o camburão virando a esquina. “Eu me senti enganada, me senti traída”, acaba de informar a sucessora de Ideli, que sucedeu Argello. É uma trinca e tanto.
Na edição desta semana, VEJA informou que Liane Maria Muhlenberg, 67 anos, assessora de Serys há três, conseguiu R$ 4,7 milhões em convênios com o governo – todos sem licitação. Para embolsar a bolada, garantida por emendas apresentadas por parlamentares do PT, Liane assinou uma declaração afirmando que os dirigentes do Instituto de Pesquisa, Ação e Mobilização (Ipam) – presidido por ela – “não são membros dos poderes Executivo e Legislativo”.
Funcionária do Senado desde 2007 (contratada por Serys), Liane foi transferida em agosto (a pedido de Serys) para a equipe subordinada à 2ª vice-presidência (ocupada por Serys). Mas a receptora do dinheiro garante que a chefe é inocente.
“Para tirar a senadora do foco”, pediu demissão. Pretende enfrentar sozinha as consequências do pecado que diz ter cometido por distração.
“Não é justo que, por minha causa, ela fique numa situação embaraçosa”, recitou Liane. “Tenho certeza que só divulgaram essa história porque a senadora é relatora do Orçamento. Não tem nada, nada e nada de ilegal”.
Roberto Freire, presidente do PPS e deputado federal eleito por São Paulo, pediu nesta segunda-feira o afastamento de Serys. Ele acha que o pedido de demissão da parceira não encerra o caso.
A relatora acha que encerra. “Ela era uma pessoa que trabalhava em minha assessoria e eu desconhecia que ela tivesse relação com qualquer instituto”, alegou nesta tarde. “Eu nunca fiz nenhuma emenda para nenhum instituto, e ela foi exonerada e ponto. Eu tenho que tratar agora é do Orçamento”. Serys acha que foi “enganada e traída”.
Os brasileiros decentes acham que são considerados idiotas pelos três relatores delinquentes, pelos partidos que avalizaram seus nomes, pelos comparsas que os protegem e pelos oposicionistas que não os tratam como casos de polícia.
“O governo deve ter algum senador com ficha limpa para ser relator do Orçamento”, acredita Roberto Freire. Se olhar a turma de perto, vai descobrir que não sobrou nenhum.
12 dezembro 2010
Marginalização dos adolescentes pobres
Do Portal R7
publicado em 08/12/2010 às 12h01:
Marginalização dos adolescentes pobres é o maior motivo de alta taxa de assassinatos, dizem especialistas
Ineficácia de políticas sociais e de inserção no mercado de trabalho facilita a violência
Mônica Ribeiro e Ribeiro, do R7.
A marginalização dos adolescentes pobres é o principal fator que provoca a morte precoce de adolescentes entre 12 e 18 anos no país, segundo especialistas em violência ouvidos pelo R7. Nesta quarta-feira (8), um estudo divulgado em Brasília (DF) revelou que , até 2013, 33 mil adolescentes nesta idade devem ser assassinados. O PRLV (Programa de Redução de Violência Letal contra Adolescentes e Jovens) foi elaborado pelo Observatório de Favelas em parceria com o Governo Federal, e levou em consideração dados de 2007.
Para o doutor em sociologia da Fespsp (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo), Rogério Baptistini, a dinâmica social excludente promove a maior taxa de homicídios entre jovens.
- A impossibilidade de incorporação dos chefes de família promove a desarticulação no mercado de trabalho. Os jovens e adolescentes ficam entregues às ruas. Os próprios meninos, na rua, não são apenas vítimas da violência, mas também agentes.
Segundo ele, a falha nas políticas sociais facilita a ida de jovens tanto para o tráfico de drogas quanto para o que é denominado como violência residual, que é caracterizada por pequenos furtos e roubos.
Para Baptistini, a maior incidência de morte entre meninos – segundo o estudo, os garotos têm 9,5 mais chances de serem assassinados do que as meninas – está relacionada à formação cultural brasileira, que é patriarcal.
- As meninas são estimuladas a cuidar da casa e dos irmãos. É um dado de formação cultural, nada tem a ver com gênero. Já os meninos são mais livres. Mas isso não significa que a diferença dos sexos vá diminuir. Hoje, as meninas também estão ocupando as ruas e se aventurando. No Nordeste, há um grande índice de violência pela exploração sexual infantil.
Herança histórica
Para a pesquisadora em violência e adolescência da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) Maria da Graça Gonçalves, o maior índice de morte, apontado no estudo, entre adolescentes negros (que é 3,7 vezes maior em relação ao dos brancos) também está ligado ao processo histórico do país.
- Vivemos numa sociedade em que há um racismo enraizado. O fim da escravidão não concluiu a integração dos negros na sociedade, e essa segmentação perdura na sociedade brasileira. Os negros ainda estão nas camadas mais pobres da sociedade.
O estudo, que também teve a contribuição da Unicef e do Laboratório de Análises de Violência da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), foi baseado em mortes provocadas por armas (de fogo e brancas) e outros meios.
O levantamento foi feito em 266 municípios com mais de 100 mil habitantes, com jovens entre 12 e 18 anos. Pelo levantamento, 2,67 adolescentes a cada grupo de mil pessoas devem morrer por homicídio antes de completar 19 anos
02 dezembro 2010
As decorrências do nosso modelo eleitoral
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